ASTEROIDE Apocalipse: por que esse astro apresenta comportamento inédito?
Esse asteroide tem sido cheio de surpresas desde que uma nave da Nasa chegou a sua órbita em dezembro de 2018.
Bennu é um asteroide próximo da Terra, que está sendo orbitado pela missão OSIRIS-REx da Nasa. Em outubro, a nave irá se aproximar do asteroide, coletar amostras da superfície e retornar à Terra até 2023.
O corpo celeste está a 288.072.576 quilômetros da Terra, mas é considerado próximo, relativamente. Ele pode passar perto do planeta — mais perto que a Lua— em 2145, com trajetos ainda mais próximos em 2175 e 2195. Uma colisão direta é improvável, mas os dados coletados nessa missao podem ajudar a determinar as melhores maneiras para desviar asteroides próximos da Terra.
Por causa dessa possibilidade, tabloides têm chamado Bennu de Asteroide Apocalipse.
Os cientistas publicaram uma descoberta sobre ele: enquanto muitos asteroides parecem desinteressantes e sem vida, este é surpreendentemente ativo. E pode não estar sozinho.
As primeiras imagens detalhadas vindas da nave da Nasa revelaram que Bennu é um asteroide formado por uma pilha de detritos, com um formato rotatório em cima e coberto por rochas; nem um pouco parecido com o asteroide liso que os cientistas esperavam.
Asteroides de pilhas de detritos são literalmente pilhas de rochas que se mantêm juntas pela gravidade.
Pouco depois da chegada do OSIRIS-Rex (sigla em inglês para Origens, Interpretação Espectral, Identificação de Recursos, e Segurança – Explorador Regolith) à Bennu, a nave da câmera capturou outra coisa inesperada.
O asteroide estava liberando pequenas quantidades de material no espaço — principalmente cascalhos, de maneira regular.
“Pensamos que a cobertura rochosa da superfície de Bennu era a descoberta mais inesperada sobre este asteroide, mas esses eventos de partículas definitivamente nos surpreendeu”, disse Dante Lauretta, o principal cientista do OSIRIS-REx e professor da Universidade do Arizona, em comunicado.
“Nós passamos o último ano investigando a superfície ativa de Bennu, e ele nos deu uma oportunidade incrível de expandir nosso conhecimento sobre como asteroides ativos se comportam”.
Nesta semana, um pacote de estudos detalhando a ejeção de partículas de Bennu foi publicado no periódico Journal of Geophysical Research: Planets.
À primeira vista, os pesquisadores não perceberam que Bennu estava lançando pequenas pedrinhas no espaço.
Mas Carl Hergenrother, o astrônomo que lidera a missão e cientista do Laboratório Lunar e Planetário da Universidade do Arizona, olhou as imagens capturadas pelo OSIRIS-REx de mais perto. Elas haviam sido capturadas dias após a chegada da nave para seu primeiro encontro próximo com o asteroide.
OSIRIS-Rex usou estrelas para conseguir alcançar o asteroide após ser lançado em 2016. A câmera de navegação espelha estrelas ao fundo, o que se compara aos mapas estrelados usados para mantê-lo no caminho certo.
Hergenrother estava analisando as imagens enviadas pela nave quando percebeu que o asteroide estava cercado por estrelas demais.
“Estava olhando para esses padrões estelares nessas imagens e pensei que não lembrava para esse aglomerado de estrelas”, disse em nota Hergenrothers, também um autor dessa coleção de estudos.
“Eu só percebi porque haviam 200 pontos de luz onde deveria haver cerca de dez estrelas. Além disso, parecia ser apenas uma parte densa do céu”.
Acabou que aquilo não eram estrelas. Os pontos de luz representavam nuvens das partículas ejetadas pela superfície do asteroide.
Portal Novos Tempos – Fonte: CNN