PLENÁRIO do Senado aprova Kassio Marques para integrar Supremo
O Plenário do Senado aprovou, na noite da quarta-feira, 21 de outubro, por 57 votos a 10, o nome do desembargador Kassio Nunes Marques para uma vaga no Supremo Tribunal Federal. Mais cedo, o nome do magistrado já havia sido aprovada na Comissão de Constituição e Justiça em uma sessão de mais de 9 horas e perguntas de mais de 30 senadores.
Agora, o desembargador do Tribunal Regional Federal da 1ª Região indicado por Jair Bolsonaro (sem partido) para a vaga do ministro Celso de Mello pode ser oficialmente nomeado ministro do STF e assumir seu cargo na corte.
Na sabatina, Kassio Marques respondeu a perguntas feitas pelos senadores sobre o currículo do desembargador, além de ter sido questionado sobre assuntos polêmicos, como foro privilegiado, prisão após condenação em segunda instância, descriminalização do aborto, porte de drogas, combate à corrupção e Operação Lava Jato.
Ao ser questionado sobre seu posicionamento sobre a Lava Jato, ele disse não ter nada contra qualquer operação no país, cabendo ao Judiciário promover “ajustes” quando houver descumprimento das leis e da Constituição. Ele também afirmou ser capaz de decidir em casos de grande repercussão, “sem receio do que será publicado que será publicado amanhã ou de como as pessoas irão encará-lo em ambientes sociais.”
Ele também fez uma defesa do “garantismo” — visto como contraponto ao “punitivismo” por fazer uma interpretação da legislação que contemple os direitos individuais e de defesa. “Eu percebo que há uma certa preocupação com o garantismo por causa da lava jato. O garantismo não é sinônimo de leniência no combate à corrupção. Absolutamente. O garantismo judicial é tão somente dar ao cidadão brasileiro, seja ele quem for, a garantia de que ele percorrerá o devido processo legal e legítima defesa”, afirmou.
Quem é
Marques nasceu em Teresina, no Piauí, em 16 de maio de 1972. Formou-se em Direito pela Universidade Federal do Piauí, especializou-se em Processo e Direito Tributário, pela Universidade Federal do Ceará, fez mestrado pela Universidade Autônoma de Lisboa e cursa doutorado na mesma instituição.
Como tem 48 anos de idade, ele poderá passar 27 anos como ministro do Supremo — a data de aposentadoria compulsória hoje é de 75 anos. O desembargador é católico e de perfil conservador.
Na carreira de advogado, ocupou diversos cargos na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Piauí, e foi suplente do Conselho Federal da OAB.
Ainda no Conselho Federal, integrou a Comissão Nacional de Direito Eleitoral e Reforma Política. Em maio de 2008, tornou-se juiz do Tribunal Regional Eleitoral do Piauí (TRE-PI)
Marques assumiu o cargo de desembargador federal no Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) em 12 de maio de 2011, no governo de DIlma Rousseff, após a aposentadoria do desembargador federal Carlos Fernando Mathias de Souza.
No TRF da 1ª Região ele integrou a 1ª Turma da 1ª Seção – composta de seis magistrados –, responsável, essencialmente, pelo julgamento de processos na área previdenciária.
Portal Novos Tempos – Fonte: CNN