ESPECIALISTAS defendem que medidas mais restritivas sejam tomadas contra riscos de segunda onda

 ESPECIALISTAS defendem que medidas mais restritivas sejam tomadas contra riscos de segunda onda

Fortaleza registra mais de mil casos da doença há sete semanas seguidas, número de óbitos já apresenta aumento e UTIs seguem com ocupação alta. Profissionais da área de saúde temem piora de indicadores até início de 2021.

A curva é clara: novos casos de Covid-19 registrados em Fortaleza vêm apresentando crescimento há oito semanas, e nas últimas sete as confirmações ultrapassaram a casa dos mil. Na reta final de novembro, entre os dias 15 e 21 de novembro, as confirmações dos contágios superaram os dois mil casos, de acordo com dados disponibilizados na plataforma IntegraSUS, da Secretaria Estadual da Saúde (Sesa). Para especialistas em vigilância em saúde, os indicadores podem sinalizar uma segunda onda da doença na Capital.
didas mais restritivas sejam tomadas contra riscos de segunda onda
Escrito por Nícolas Paulino, [email protected] 23:00 / 04 de Dezembro de 2020. Atualizado às 00:10 / 05 de Dezembro de 2020
Fortaleza registra mais de mil casos da doença há sete semanas seguidas, número de óbitos já apresenta aumento e UTIs seguem com ocupação alta. Profissionais da área de saúde temem piora de indicadores até início de 2021
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Legenda: Número de casos positivos do novo coronavírus passou dos mil em sete das últimas oito semanas em Fortaleza. Cenário preocupa especialistas
Foto: Helene Santos
A curva é clara: novos casos de Covid-19 registrados em Fortaleza vêm apresentando crescimento há oito semanas, e nas últimas sete as confirmações ultrapassaram a casa dos mil. Na reta final de novembro, entre os dias 15 e 21 de novembro, as confirmações dos contágios superaram os dois mil casos, de acordo com dados disponibilizados na plataforma IntegraSUS, da Secretaria Estadual da Saúde (Sesa). Para especialistas em vigilância em saúde, os indicadores podem sinalizar uma segunda onda da doença na Capital.

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Na última semana epidemiológica de novembro, entre 22 e 28 de novembro, os registros chegaram a 1.173 diagnósticos positivos. De 29 de novembro a 3 de dezembro, foram mais 120 confirmações. No entanto, a plataforma ainda pode ter atualizações pela liberação de novos exames que ainda estão em análise nos laboratórios, nos próximos dias.

Para Caroline Gurgel, epidemiologista e professora da Universidade Federal do Ceará (UFC), Fortaleza já vive a segunda onda. “Em agosto e setembro, a curva reduziu, o que deixou as pessoas seguras para lotarem shoppings, fazerem festa. Agora, temos o retrato disso. Infelizmente passou e agora está vindo com tudo de novo”, considera.

Já o biomédico e virologista Mário Oliveira prefere cautela e esperar pela consolidação do cenário nas próximas semanas. “O início dela está um pouco claro, mas como boa parte da população já foi infectada, não creio que vá durar muito tempo. Mesmo pessoas que estão sendo reinfectadas estão tendo formas mais brandas”, explica.

A avaliação comum entre eles, porém, é a percepção do descumprimento de medidas de distanciamento social. Esse relaxamento também é apontado pela pesquisa Pnad Covid-19, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em outubro, segundo o levantamento, 533 mil (5,8%) cearenses não adotaram qualquer medida de restrição, e outros 3,7 milhões (40,2%) reduziram o contato, mas continuaram saindo de casa.

Conforme o IBGE, as mulheres registraram percentuais de isolamento maiores que os homens. Mesmo com alto índice de isolamento (74,5%), o grupo das pessoas de 60 anos ou mais de idade – de maior risco para formas graves e óbitos – apresentou redução em relação a setembro (79,5%).

O secretário da Saúde do Ceará, Carlos Roberto Martins Rodrigues Sobrinho, o Dr. Cabeto, evita falar em 2ª onda, mas confirma a maior positividade das amostras. Ele ressalta que 80% dos novos infectados têm menos de 50 anos. O gestor garante que o Estado já se antecipou em medidas de resposta a esse novo cenário.

“Estamos ampliando os leitos em cima de nossas projeções de aumento. Nas últimas quatro semanas, o Governo também não tem evoluído no plano de flexibilização. Acho que essa é uma mensagem importante: quando não evolui no plano, ele diz que não há condições de ampliar a abertura”, explica Cabeto, defendendo a regionalização das decisões conforme cada quadro epidemiológico

Portal Novos Tempos – Fonte: Diário do Nordeste

adauto Ferreira

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