Presidente visita trecho de uma de suas principais obras, a Transnordestina, no Ceará, no mesmo dia em que o ex-mandatário se tornou alvo de busca e apreensão
Por Jeniffer Gularte e Luísa Marzullo — Brasília
— Não se preocupem, vou fazer 80 anos de idade, se eu tiver com a saúde que estou hoje, com a disposição que estou hoje, pode ter certeza que serei candidato outra vez para ganhar as eleições nesse país. Podem ter certeza, serei candidato para ganhar as eleições nesse país. Eu não vou entregar esse país de volta para aquele bando de maluco que quase destrói esse país nos últimos anos. Pode estar certo disso, eles não voltarão. Eles não voltarão, não é porque Lula não quer, é porque vocês não vão deixar eles voltarem — afirmou o presidente.
Enquanto o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se tornou alvo da Polícia Federal nesta sexta-feira, Lula visitou visita um trecho já finalizado da ferrovia Transnordestina no Ceará. A visita ocorreu no município de Missão Velha, no interior do estado. Segundo o governo federal, a ferrovia deve começar a operar no final de 2025, entre o Piauí, o Centro-Sul do Ceará e regiões de Pernambuco. Soja, farelo de soja, milho e calcário serão transportados.
Lula e os ministros do governo que o acompanhavam não citaram as ações de busca e apreensão da PF contra Bolsonaro em seus discursos e nem citaram o nome do ex-presidente, seguindo a orientação do Palácio do Planalto de não comentar publicamente a operação.
O presidente, no entanto trouxe tom eleitoral para o discurso, falou de entregas do governo voltadas para o Nordeste nas áreas de saúde, educação e infraestrutura e afirmou que decidirá no ano que vem se irá disputar o quarto mandato à presidência da República:
— Ano que vem tem eleições, se preparem, porque tem muito candidato na praça. Se preparem tem muito candidato na praça, todo dia trem candidato aqui, acolá, eu só vou decidir se vou ser candidato semana que vem porque eu tenho que conversar com minha consciência. Tem que conversar com minha própria consciência e com vocês.
O ex-presidente se tornou alvo de operação nesta manhã. Sua residência em Brasília e a sede do PL foram vasculhadas por agentes. Por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-presidente colocou tornozeleira eletrônica e está proibido de manter contato com outros investigados, à exemplo de seus filhos Carlos e Eduardo.