BOLSONARO festeja 1000 dias de governo com pobreza, inflação, fome e morte
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Para celebrar a efeméride, o presidente vai divulgar um projeto nacional para gerar empregos de qualidade e um pacote de ações a fim de garantir comida a quem tem fome, abandonar o negacionismo e reconhecer que a cloroquina nunca atrapalhou o combate à pandemia e ser mais transparente na crise energética? Não, organizou uma série de comícios eleitorais pelo país.
Entre eles, pasmem, há inauguração de trecho de 10 quilômetros de asfalto no Sul da Bahia, cerimônia de assinatura de concessão de aeroportos em Boa Vista, visita a uma estação de metrô em Belo Horizonte, assinatura de concessão de rodovia em Anápolis e, pasmem de novo, inauguração de obras de ampliação do aeroporto regional de Maringá.
Sim, Jair Bolsonaro parece um vereador federal. E age como tal para reduzir a reprovação de seu governo, que chegou a 53% nas últimas pesquisas Datafolha e Ipec (ex-Ibope).
Se o povo tem fome, que coma fuzis com arroz
O combate à inflação, ao desemprego, à fome e às crises energética e hídrica foram os grandes ausentes nos dois discursos que Jair Bolsonaro fez sobre os problemas do país, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, e na avenida Paulista, em São Paulo, nas suas micaretas golpistas de 7 de setembro.
Ele conseguiu a proeza de convencer a parcela de 11% da população representada por seus fãs mais radicais que a principal crise do país é de ameaça à liberdade. No caso, a sua liberdade de atacar a democracia. Neste momento, Bolsonaro está em uma breve fase de recuo em seu vai e vem contra as instituições. E já há uma parte da elite sonhando com um capitão menos tosco nas palavras, mesmo que ainda letal nas ações, para derrotar Lula.
Maria Antonieta, rainha da França no século 18, nunca declarou “se o povo não tem pão, que coma brioches”, apesar de a frase ter entrado para o anedotário histórico. Mas Jair Bolsonaro, presidente do Brasil, já chamou de “idiota” quem usa como argumento o preço do feijão e sugeriu que seus seguidores adquirissem fuzis.
“Tem que todo mundo comprar fuzil. Povo armado jamais será escravizado. Sei que custa caro. Tem idiota, ‘ah, tem que comprar feijão’. Cara, se não quer comprar fuzil, não enche o saco de quem quer comprar”, afirmou no final de agosto.
E não é só o feijão. Os trabalhadores de Vitória sabem que o preço do quilo do café subiu quase 25% no mês passado, os de Florianópolis viram o açúcar disparar 10,5% e os do Rio amargaram um aumento de mais de 40% na batata, segundo dados do Dieese.
Portal Novos Tempos – Fonte: UOL NOTÍCIAS