EX-PRESIDENTES ouvem generais que afastam apoio de Forças Armadas a golpe
As ameaças de não aceitar o resultado das eleições de 2022 sem a adoção do voto impresso e as constantes manifestações do presidente Jair Bolsonaro contra a democracia fizeram com que cinco ex-presidentes da República procurassem militares para sondá-los sobre os riscos de uma possível ruptura institucional.
Emissários ouviram de generais da reserva e da ativa a garantia de que as eleições vão acontecer e de que o vencedor, seja quem for, tomará posse. As informações são do jornal O Estado de São Paulo.
Ao serem indagados sobre as constantes aparições de Bolsonaro em solenidades militares das Forças Armadas e em formaturas de cadetes e sargentos, os generais explicaram que não podem impedir a presença do presidente nesses eventos, mas que isso não seria suficiente para romper a hierarquia existente na tropa. Segundo os generais, não há hipótese de Bolsonaro contar com insubordinação nas Forças Armadas.
Os militares, porém, mostraram preocupação com a possibilidade de o presidente e seus aliados tentarem um golpe com o apoio das polícias militares. De acordo com a reportagem, o risco de rompimento da cadeia de comando nas PMs é monitorado pelas Forças Armadas.
As sondagens foram feitas por Michel Temer, Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva, José Sarney e Fernando Collor e, de acordo com a matéria do Estadão, todos receberam as mesmas informações de seus contatos. Pelo menos seis generais da ativa e da reserva foram ouvidos pelos ex-presidentes ou seus emissários para relatar o clima do Exército.
Os militares, porém, mostraram preocupação com a possibilidade de o presidente e seus aliados tentarem um golpe com o apoio das polícias militares. De acordo com a reportagem, o risco de rompimento da cadeia de comando nas PMs é monitorado pelas Forças Armadas.
Peças-chave nessa articulação são os ex-ministros da Defesa, Nelson Jobim, Raul Jungmann e Aldo Rebelo, além do professor de filosofia Denis Lerrer Rosenfield, amigo de Temer, que mantém boas relações com o ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Sérgio Etchegoyen e com o vice-presidente Hamilton Mourão.
Portal NovosTempos – Fonte: Metrópoles