INVESTIMENTOS e estratégias de segurança tornam o Piauí com menos mortes violentas

Pelo segundo ano consecutivo, o Piauí registrou queda no índice de mortes violentas intencionais (MVI) e foi o estado do Nordeste do Brasil que menos registou esse tipo de crime. O resultado é fruto de um trabalho integrado entre as Polícias Militar, Civil, Federal e Rodoviária Federal, além do uso da inteligência, planos estratégicos e a participação da população nas ações.

De acordo com o 13° Anuário Brasileiro de Segurança Pública, publicação do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o MVI do Piauí vem caindo desde 2016, quando era de 21,9 mortes para cada 100 mil habitantes. Caiu em 2017 para 20,3 e, em 2018, para 18,9. A média do Nordeste foi de 41,4 e, no Brasil, de 27,5. No ranking nacional, o Piauí ficou em sexto lugar com menos casos desse tipo de crime.
 
O coordenador-geral de Operações Especiais da Polícia Militar do Piauí, coronel Márcio Oliveira, enfatiza que há algum tempo as estatísticas têm colocado o Piauí entre os estados mais seguros do Brasil, apesar de ser um dos menores efetivos entre as unidades da federação. Ele aponta, porém, que as estratégias adotadas pela política de segurança do Estado têm dado bons resultados. Dos 224 municípios do estado, em mais de 100 não foi registrado um único homicídio e, em outros 70, foram computados apenas um homicídio em cada.
 
O Governo do Estado estuda, constantemente, dia a dia e mês a mês, as estatísticas de segurança nos 224 municípios do Piauí. Assim, a Secretaria de Estado da Segurança (SSP-PI) identifica “manchas criminais”, que são lugares onde há mais violência. A partir daí, vai ajustando o policiamento. “Identificamos locais, horários, tipos de crimes, maior número de ocorrências. Por exemplo, sabemos quando há prisão ou soltura de indivíduos que cometem crimes. Essas informações são compartilhadas entre a polícia. Além disso, temos diversos planos de contingência para crimes mais específicos”, explica o coordenador de Operações Especiais.
 
Foram esses dados que ajudaram o Piauí a reduzir em 60% o número de assaltos a bancos e carros-fortes, prática comum nos vizinhos estados do Maranhão e Ceará. “Nosso plano de contingência aborda desde a localização e identificação de locais em que a gente possa fazer barreiras experimentais nas rodovias. Sabemos também o período de pagamento feito pelas instituições e estamos sempre em contato com as empresas de segurança privada”, afirma Carlos Oliveira.
 
A PM também tem agilizado a atenção desde que passou a usar tablets para o registro de boletim de ocorrência (B.O.) e termo circunstanciado de ocorrência (TCO). Os equipamentos ficam instalados em cada viatura da polícia e, assim, evitam que a PM tenha que se deslocar até as delegacias para registrar os documentos. “Antes, perdíamos tempo em levar a vítima até a delegacia para fazer um BO. Tinha custo de deslocamento de ida e volta, deixávamos a nossa área descoberta. Se em Teresina era ruim, imagina no interior. Tínhamos que nos deslocar de uma cidade para outra”, lembra Carlos Oliveira.
 
A PM também conta com a colaboração da comunidade. Recentemente, o 6º Batalhão da PM, localizado no bairro Bela Vista, em Teresina, criou dez grupos de WhatsApp em que a população interage solicitando suas demandas. “Se tem uma pessoa suspeita, com atitude suspeita, num veículo suspeito, com comportamento suspeito ou praticando algo ilícito na sua rua, praça, próximo ao colégio, rapidamente as pessoas informam nesse grupo e acionamos a viatura. Vamos estender a iniciativa para outros batalhões”, afirma o coordenador

adauto Ferreira

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