RICARDO Barros, amigo do peito de Bolsonaro, se vê mais atolado no escândalo
Amigo do peito de Jair Bolsonaro, Ricardo Barros se vê ainda mais atolado no escândalo da compra de vacinas e passa à condição de aliado capaz de implodir o presidente.
Há uma figura nada oculta no escândalo da compra da Covaxin, denunciada pelo deputado Luis Miranda e o seu irmão, Luis Ricado, funcionário do Ministério da Saúde. Trata-se do líder do governo na Câmara, o deputado Ricardo Barros, ex-ministro da Saúde. Como revelou a Crusoé , ele estava presente ao encontro de Luis Miranda com um antigo lobista de Brasília, quando foi oferecido propina ao deputado, para que ele deixasse de impor obstáculos à compra da vacina indiana de eficácia e segurança duvidosas. Foi Ricardo Barros que se moveu para que a vacina pudesse ser importada, apesar das restrições da Anvisa. Miranda encontrou-se com o lobista e Ricardo Barros depois de alertar Jair Bolsonaro sobre o esquema. E, depois do alerta de Luis Miranda, Ricardo Barros esteve com o presidente da República dez vezes, pelo menos. Se ficar comprovado que Ricardo Barros estava mesmo envolvido em corrupção na compra a Covaxin, ele poderá arrastar consigo Jair Bolsonaro para o abismo. É um homem que sabe demais.
Leia um trecho da reportagem da Crusoé, que conta tudo para você:
Ricardo Barros é o típico profissional da política. Capa-preta do Centrão na Câmara, o líder do governo gosta de se apresentar como “político de resultados”. “Eu faço acontecer e cumpro o que prometo”, alardeia. Devido à capacidade de trocar rapidamente de casaca para se adaptar ao figurino do presidente de turno, o parlamentar conseguiu a proeza de ocupar postos estratégicos nos últimos cinco governos.
Em 2016, quando Barros foi alçado pelo então presidente, Michel Temer, ao comando do Ministério da Saúde, o ínclito Paulo Maluf quis fazer troça, mas acabou descrevendo o colega de partido talvez com mais propriedade do que ele próprio: “Barros não é médico, mas é alguém que entende de operações”. O perigo é o de que os efeitos colaterais dessas intervenções nem sempre cirúrgicas possam complicar a vida dos que topam se associar a alguém do naipe de Barros.
É exatamente o que ocorre agora. Ao mover mundos e – ao que tudo indica – fundos para que a vacina indiana Covaxin fosse adquirida pelo Ministério da Saúde, Barros virou um problemão para Jair Bolsonaro. Primeiro porque rifar o líder do governo na Câmara significa arrumar briga não só com ele, mas com o Centrão, bloco de partidos fisiológicos que hoje dão sustentação ao Palácio do Planalto no Congresso. Depois, porque o deputado sabe demais e pode, se perceber que será abandonado à própria sorte, implodir o que resta da administração Bolsonaro.”
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Portal Novos Tempos – Fonte: Cruzoé